O cravo
brigou com a rosa...
Debaixo
de uma sacada,
O cravo
saiu ferido...
E a
Rosa despedaçada
Por Sandra Braconnot
Será que alguma vez você já se
perguntou por que o Cravo Brigou com a Rosa? Ou por que a Camélia caiu do
galho, deu dois suspiros e depois morreu?; E, se gosta de flores, quando você
passeia por um jardim observa tudo atentamente e consegue aprender alguma
coisa com a natureza?
A princípio pode parecer estranho, mas
as flores têm muito para nos ensinar e podem contribuir de maneira bem
significativa para a nossa qualidade de vida.
Para que possamos compreender melhor,
primeiro precisamos refletir sobre o que é qualidade de vida. Pense um pouco.
Complete: “Minha vida tem qualidade quando......”
...Quando você tem um bom emprego,
estável e um excelente salário? Quando compra sua casa própria, ou o carro dos
sonhos? Ou quando tem uma linda família e muitos amigos? Ou quando tem uma
“gorda” poupança para casos de emergência? Sim... todas as opções acima são
ótimas. Nada contra. Mas não representam e nem garantem qualidade de vida.
A Qualidade de Vida em questão não
passa pelo ter mas sim pelo SER. Portanto para que se tenha uma vida com
qualidade, é preciso acima de tudo ser humano de qualidade.
Segundo, temos que repensar o papel das
flores em nossa cultura. Será que as flores servem apenas para enfeitar? No
Japão, berço dos programas – ou filosofia? – de Qualidade Total, as flores são
utilizadas com um caminho (KADO) para o autoconhecimento e aperfeiçoamento
pessoal e para alcançar o equilíbrio interior. Os antigos Samurais e
os chefes militares japoneses, manipulavam flores para desenvolver as
habilidades de observação, concentração e sensibilidade. As flores também
aproximam o homem da natureza.
Atualmente, a maior parte das pessoas
contempla as flores pelo Smartphone, tabletes e/ou PC. Mas por maior
que seja o número de pixels que tenha a imagem, ainda não conseguem reproduzir
a energia, o perfume, a vibração.
Nas últimas décadas muitos paradigmas
foram quebrados. Nas empresas o foco no ser humano cresceu.
Surgiram as universidades corporativas e não poucas empresas financiam cursos
para o aprimoramento de seus colaboradores - não mais empregados. Aos líderes –
os antigos chefes – é cobrado mais do que conhecimentos técnicos. Eles,
principalmente, precisam ter um ótimo relacionamento com seus clientes (interno
e externos) e ser emocionalmente inteligente.
Ó que eu creio é que muito mais
importante do que exigir competências relacionais e padrões de comportamentos,
é desenvolver valores que ajudem a consolidar um bom desempenho pessoal e
profissional.
Já constatamos que a nossa vida
profissional e pessoal se misturam. Daí eu pergunto: como podemos
conquistar a tão cobiçada qualidade de vida trabalhando em um ambiente
nocivo e altamente competitivo, onde ética e solidariedade não batem ponto?
Percebe-se hoje com clareza, que tudo o
que pode melhorar a performance de uma empresa passa necessariamente pelas
pessoas que compõem essa organização. E o que mais se precisa
atualmente, é termos colaboradores intuitivos, empreendedores,
éticos que saibam lidar e trabalhar com pessoas.
Para que o ambiente corporativo seja
mais agradável e os colaboradores mais sudáveis, as empresas têm investido em
diversos recursos como decoração mais leve e colorida com base na cromoterapia,
sala de descanso e de jogos e atividades como ginástica laboral, shiatsu
e até salão de cabeleireiro. Muitas hoje já possuem até capelas e realizam
cultos religiosos. O importante é que o funcionários sintam-se bem.
E as flores com suas vibrações, cores,
perfumes e formas atuam diretamente no cérebro humano estimulando o
hemisfério direito do cérebro (responsável por tudo o que não é racional
e lógico) e favorecendo o aflorar de valores essencialmente humanos.
A utilização de flores em treinamentos
surpreende por sua inovação, beleza e cores. Além disso, os conceitos
trabalhados são mais facilmente internalizados. Já nos programas de
relacionamentos, as flores permitem a autopercepção, a identificação de
bloqueios e resistências. E as transformações afloram com leveza.
Trabalho para instrutores da Academia Werner |
As flores têm muito para nos ensinar se
a olharmos como um aprendiz que está disposto a aprender. Janine Benyus, em seu
livro, Biomimética – Inovação Inspirada pela Natureza (Ed Cultrix) –
afirma e comprova o quanto nosso futuro poderá ser diferente se passarmos a
aprender e imitar a natureza, que com seus 3.8 bilhões de anos de evolução
descobriu o que funciona, é apropriado e o que dura.
Celso Antunes, educador brasileiro, mestre
em ciências humanas e especialista em inteligência e cognição, em seu livro A
Teoria das Inteligências Libertadoras (Ed Vozes), adverte que um dos
maiores erros dos sistemas educacionais é a quase ausência da educação para a
beleza. É necessário, explica o mestre, estimular o desenvolvimento da
sensibiliade para o belo e, assim, criar um novo e edificante conceito de
Qualidade de Vida.
Já Peter Senge, famoso guru da Gestão
do Conhecimento, autor do livro A Quinta Disciplina. A Arte e a Prática
da Organização que Aprende (Ed Best Seller), afirmou: “Devemos pensar menos
como administradores e começar a pensar como jardineiros”. Concordo plenamente.
Já pararam para pensar as competências que tem um bom jardineiro? (Mas isso é
outra história ou outro artigo.)
Há mais de 45 anos estudo as flores.
Primeiro, busquei conhecimentos sobre elas. Depois, já com um
pensamento biomimético, passei a aprender com elas. E desde 1993, venho atuando
com palestras, cursos, workshops utilizando flores naturais ao vivo e em cores
e me empenhando (muuuiittoo) para que todos possam ver as flores
muito além da beleza.
Ah... Porque o Cravo brigou com a
Rosa? Isso não posso contar em público. Mas posso dizer que depois que
passaram por um Programa de Relacionamento Interpessoal fizeram as pazes, vivem
muito bem e até mudaram a letra da cantiga:
O Cravo Amou a Rosa...
A Rosa amou o cravo...
O Cravo ficou mais forte
E a Rosa, mais perfumada.
PS: Ficou curioso sobre o motivo da
briga entre as flores? Entre em contato que eu te conto.
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