Sandra Braconnot
Que poder estranho tem seus braços
Que em um abraço
faz o mundo sumir
o tempo parar
meu corpo levitar
e eu deixo de existir.
Que força é esta
que envolve minha alma
quando você
com calma
me abraça
com a pressa da fuga.
com a pressa da fuga.
Que sensação é esta
que não consigo entender
mas me toma por inteira
e me faz desfalecer?
Não entendo,
Mas sei o que é.
Desconheço,
mas me é familiar.
Não aceito,
Mas não aceita
que eu deseje
não desejar
Como viver
morrendo a cada dia?
Como morrer
se renasço diariamente
numa alucinada corrida
de idas e vindas
sem voltas e sem partidas.
ah...
O que fazer quando o sonho
Insiste em ser sonho
A realidade, um pesadelo
que tenho
Mesmo acordada.
Como discernir o sentimento
No meio de tantas ausências
Carências, demências
Ilusões e projeções
sonhadas sem sonhos
Sei que sofro
Pela ausência e pela presença
Pela presença da ausência
E a ausência da presença
Pela inconsciência consciente
Que a realidade não me é conhecida
E que o sentimento
é tão misturado
que se torna indecifrável