sexta-feira, 7 de julho de 2017

A força da fraqueza


Sandra Braconnot


Que poder estranho tem seus braços


Que em um abraço
faz o mundo sumir
o tempo parar
meu corpo levitar
e eu deixo de existir.



Que força é esta
que envolve minha alma
quando você
com calma
me abraça
com a pressa da fuga.



Que sensação é esta
que não consigo entender
mas me toma por inteira
e me faz desfalecer?



Não entendo,
Mas sei o que é.
Desconheço,
mas me é familiar.
Não aceito,
Mas não aceita
que eu deseje
não desejar



Como viver
morrendo a cada dia?
Como morrer
se renasço diariamente
numa alucinada corrida
de idas e vindas
sem voltas e sem partidas.



ah...
O que fazer quando o sonho
Insiste em ser sonho
A realidade, um pesadelo
que tenho
Mesmo acordada.



Como discernir o sentimento
No meio de tantas ausências
Carências, demências
Ilusões e projeções
sonhadas sem sonhos



Sei que sofro
Pela ausência e pela presença
Pela presença da ausência 
E a ausência  da presença
Pela inconsciência consciente
Que a realidade não me é conhecida
E que o sentimento
é tão misturado
que se torna  indecifrável



Saudade do que nunca existiu

                                                                                                                  Sandra Braconnot





Quando a saudade bate
Entra
Sem pedir licença
Se instala
e lacra a porta
de saída

E dentro
faz a festa
mexendo remexendo
em lembranças 
que deveriam
ser esquecidas.

Saudade
saudades
saudades...
Quando bate
Eu apanho.

E me doí no corpo
no coração
e na alma
que insiste em querer
voltar para um lugar
que já não existe mais.

Mas há uma saudade
Pior do que a saudade
Que é a de sentir saudades
do que nunca existiu...

Saudade
Saudade
Saudades
Vá embora 
Porque eu não te quero
Nem no passado e nem no presente
E muito menos no duvidoso futuro...

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Jardim Botânico RJ, o Paraíso na terra

Oi Gente querida

Peço licença para mudar o rumo da nossa prosa. Vou continuar escrevendo sobre a Escuta Empática, mas como hoje foi dia do meu trabalho voluntário no Jardim Botânico, não consigo pensar em outra coisa.
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terça-feira, 4 de julho de 2017

Falar é uma necessidade. Escutar, uma arte.


Olá gente.

Vamos continuar o assunto de ontem: A Escuta Empática. 

O titulo deste post é uma citação de Johann Goethe (autor e estadista alemão), que morreu em 1832, mas a frase que ele deixou nunca foi tão atual. Ouvir é fácil, mas escutar empática e compassivamente é muito difícil. (leia o post anterior).
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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Escutar na posição certa e com escuta empática. Você consegue?

Olá gente...

Hoje quero falar (escrever, né?) sobre algo muito difícil que poucas pessoas conseguem: escutar com empatia. Pode-se até ouvir, os barulhos, os sons, as palavras, mas não escutar. Esse é o nosso assunto de hoje, Você ouve ou escuta? E se escuta, em que posição você está e qual dos "seus ouvidos"  está ativo?

Eu adoro misturar saberes. Ligar os pontos. Descobrir os pares nos díspares. Porque quando não conseguimos fazer as conexões, temos apenas informações soltas, e pouco úteis.


O que têm em comum os cursos de  Programação Neurolinguística, Comunicação Não Violenta, Coaching; a Teoria U (Otto Scharmer), a Psicologia Centrada na Pessoa (Carl Rogers)? O que tem a ver o filósofo indiano Krishnamurti com o meu tão querido Rubens Alves? E com a Bíblia Sagrada? Todos destacam a importância de sabermos ouvir. No versículo 9, capitulo 13, de Mateus está escrito:  "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". E por que se ouve tão pouco?

No artigo " Escutatória", o teólogo Rubens Alves, aborda o tema com maestria. Parafraseando o poeta Alberto Caieiro que escreveu "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores", Rubens afirmou: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso que haja silêncio dentro da alma". Krishnamurti resumiu: "Escutar é um ato de silêncio".  E não é fácil calar o diálogo interno quando conversamos com alguém.

Vocês já devem ter percebido que gosto de contextualizar meus post em situações reais que eu vivi. E, na semana passada, tive uma conversa séria - para mim - com uma pessoa que escutou, mas não ouviu.

Para ter uma Escuta Empática é preciso estar "presente" no presente, ouvindo mais do que falando. Mas não foi o que aconteceu. O diálogo virou monólogo. Um relato meio nonsense sobre fatos passados que não tinham nada a ver com o assunto tratado.

Escutar é uma habilidade que exige  humildade, abertura, vontade de entender e principalmente amor para se conectar com o sentimento da outra pessoa. 






 No próximo post,  vou explicar melhor o título que dei a este. Vamos conversar sobre as Posições Perceptuais, Sistemas Representacionais, o que bloqueia e o que facilita uma escuta empática.

Aguardo Vocês...

domingo, 2 de julho de 2017

As sementes sentem e pressentem...


Oi gente..

Hoje sou eu, Sandra, quem vai falar com vocês e compartilhar meus sentimentos em relação a morte da semente de girassol. Como vocês podem ver pela foto, daquele lindo e promissor brotinho, só restou um galhinho magro, seco e contorcido. Olhar para o que ele se transformou e pensar no que ele poderia ter sido, doí um pouco, mas favorece a uma reflexão sobre a vida, a morte e o meio: o ato de viver.

Tenho que confessar que ao vê-lo definhar, meu coração se entristeceu. Minha expectativa era a de acompanhar seu crescimento e me envolver empaticamente  no processo e me desenvolver com ele. Mas ele, o girassol do futura, ela, a semente do passado, morreu no presente muito antes do que eu poderia imaginar. Faz parte...

Curioso é que na sexta (dia 30) eu finalizei, junto com o mês, uma situação interna que estava me incomodando muito. Dei fim.. E final é o ponto onde o desenvolvimento para. Não tem mais frente, nem presente e muito menos mais futuro. E qual não foi a minha surpresa, quando, ao chegar em casa, vi que o brotinho que havia deixado saudável (aos meus olhos) estava morrendo. Me fundi com ele. Vivemos e morremos em simbiose.



Sabem, já está comprovado que as plantas sentem a energia de quem as cuida. E, quem as cuida, também têm profunda ligação energética e espiritual com a sua plantinha. E eu acho que de alguma forma metafísica ela - a minha futura flor - sentiu o meu sentimento e captou a minha angústia. O fato é que ao sair de casa para fazer algo extremamente difícil para mim, cujo resultado era uma incógnita, mas o processo seria, sem dúvida alguma, muito doloroso, a minha sementinha em desenvolvimento percebeu e pressentiu o desfecho. Fato é que quando cheguei em casa encontrei-a agonizando como eu....

Mas a vida continua... E, agora, aguardo que a vida recomece na outra semente. Ou em outra... Ou em alguma...

Como escreveu Henfil:




Até...